Segundo a Anatel, pequenos provedores ganharam 732 mil novos contratos entre janeiro e maio. Juntas, essas empresas têm 33% do mercado de internet fixa no país.
A necessidade de ter uma internet mais rápida para estudar ou trabalhar de casa durante o isolamento social está alimentando o mercado de provedores regionais.
Mário já estava acostumado a trabalhar no estúdio de gravação que montou em casa, mas, com a pandemia, o ritmo do home office se intensificou e ele precisou ficar ainda mais conectado.
“Sempre trabalhei com internet, mas nesse período aumentou muito mais o fluxo e foi preciso realmente ter uma internet com suporte para atender à necessidade, não só minha, mas também do cliente”, explica Mário Wagner Sales Parente, publicitário e locutor.
Mário optou então por trocar o serviço de internet. Buscou uma empresa menor, a chamada internet de bairro. Com menos clientes, ele conseguiu ter uma rede mais estável, sem travar tanto, e em um formato mais personalizado. E ele não foi o único.
Muitos brasileiros recorreram a provedores regionais para ter internet banda larga neste período em que passaram a trabalhar e estudar mais em casa.
O crescimento do mercado de Provedores Regionais
Segundo a Anatel, esses pequenos provedores ganharam 732 mil novos contratos entre janeiro e maio de 2020, um crescimento de 7%.
O Brasil tem 14 mil empresas regionais, os pequenos provedores. Juntas, elas têm 33% do mercado de internet fixa no país.
“Essas empresas se especializaram no atendimento de comunidades em pequenos municípios, em municípios de médio porte e também em bairros, que não eram tradicionalmente atingidos por operadoras de grande porte. Então, em um período em que a economia entra em crise, que as pessoas foram forçadas a mudar de hábitos, nós vimos um serviço crescendo na contramão da economia”, afirma Wanderson Brito, assessor técnico da Gerência Regional da Anatel no Ceará.
Foi o que aconteceu com o Emmanuel que, em tempos de pandemia, está se dividindo entre momentos de lazer e de trabalho sem sair de casa.
“A demanda de internet foi, assim, uma necessidade básica, como água, luz, que a gente tem hoje como necessidade básica “, destaca Emmanuel Noleto, perito forense computacional.
Um provedor com sede em Fortaleza já oferece o serviço para 50 mil clientes no Ceará, em Pernambuco e no Pará.
“Eu acredito que a gente cresceu em torno de 25 a 30% no número de clientes nesses últimos dois meses, talvez algo que a gente esperava alcançar só daqui a uns dois ou três meses na frente”, conta Davi Nogueira, diretor comercial.
Fonte: G1.